Escrito em 29/05/2013
"Solidão. Louca, louquinha. Só te quer porque necessita de atenção."
Bate à porta do velho dono da quitanda na hora dos mortos.
Solidão, sem pestanejar, retira-se do recinto, já pensando em um próximo destino para repousar.Disse-lhe o vento, que largado ao relento, um pobre moço há.Disse-lhe o vento, que largado ao relento, um pobre moço há.- Diga-me, bom homem, o que está a se passar?
- Minha pobre pequenina, o senhor aqui está morto de cansaço e precisa descansar!
Sem nem um minuto passar, lá estava Solidão, a seus ombros acariciar.
- De coisa boa em mim apenas minha saúde, pequena Solidão. Levaram-me minha esposa, meu filho, minha casa e meus irmãos! Tudo por conta do vício no jogo, em que me pôs o pilantra do João. Aquele safado já está há mais de mil quilômetros daqui, às custas de todas as coisas que tirou de mim.
- A me contar tamanhas desventuras, pobre moço, de Solidão me tornarei uma grande Depressão.
- Mas também não és Depressão, menina Solidão?
- Cuma?
- Claro, pequena. Ouça. Todos os que tu fazes companhia têm amargurado coração. Estou certo, sim ou não?
- Então me disseste que tens amargurado coração?
- Foi o que fizestes a ele, menina Solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário